quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lições de quem viveu e morreu

"Navegando" descobrí o blog do Chang Tsai "COISAS PARA SE PENSAR", que faz referência ao livro do aviador Milton Terra Verdi, que fez um pouso forçado na selva Bolíviana em 1960.
Seu cunhado que o acompanhava, faleceu uma semana depois do acidente.
O aviador sobreviveu por 70 dias, e escreveu um diário que serviu tanto para o livro citado, como para fornecer subsídios importantes para os manuais de sobrevivência na selva que dispomos.

Naturalmente não estou relegando a segundo plano o drama pessoal dos envolvidos, mas respeitosamente destacando os aspectos de SAFETY que poderão ser úteis aos leitores  entusiastas da aviação que lêem esta publicação eletrônica.

Vejam o link:

http://outsidethebox2006.blogspot.com/2010/04/o-diario-da-morte-de-milton-terra-verdi.html

É um chamamento à reflexão, e avaliação da importância dos detalhes da preparação de um vôo que se tornam vitais em situações inesperadas. 

ESTAR PREPARADO é a questão central da atividade aeronáutica, porque surpresas, para os aviadores, costumam quase sempre ter sabor muito amargo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

ESTOU SEGURO ?



LISTA DE VERIFICAÇÕES:  EU ESTOU “SEGURO” 

(I.M. S.A.F.E. checklist)

I     Illness / Doente
– Eu percebo algum sintoma de doença?
Medication / Medicação
– Eu utilizo algum medicamento por prescrição ou controlada?
  
 Stress / Pressões

– Eu estou sob pressão psicológica do trabalho?
  Atormentado devido assuntos financeiros, problemas de saúde, ou desentendimento em família?
A   Alcohol / Álcool
– Eu bebi nestas últimas 8 horas ? Nas últimas 24 horas ?
F   Fatigue / Fadiga
– Eu estou cansado, ou o repouso não foi suficiente ?
E   Eating / Alimentação
– Eu estou adequadamente alimentado ?

domingo, 3 de abril de 2011

Comportamentos e atitudes perigosas em aviação

Muitas vezes a ação repetitiva não permite ao atuante analisar essa ação como uma forma insegura de realizar o trabalho.
Por exemplo, quando o motorista comete "barbaridades" ao volante, como não manter a distância do veículo à frente, não sinalizar para mudanças de direção ou exceder as velocidades permitidas.
Caso o acmpanhante faça alguma observação sobre o risco de agir assim, o motorista, de forma arrogante, responde que tem "carta" (ou "trocentas horas de vôo) e nunca aconteceu nada de errado...
Isso mostra que o acaso ainda não o "premiou" com um acidente, e que provavelmente ele faz também outras coisas erradas!
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São vícios adquiridos que são resultantes - ou de um ensino inadequado, ou que instalou-se ao longo do tempo por falta de supervisão, autocrítica e desatualização.
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Arrogância e prepotência são atitudes que predispõem a acidentes !

Reconhecimento de atitudes perigosas de um aviador !


Estar apto para voar com segurança depende em mais do que somente da condição física do aviador e de suas habilitações técnicas válidas.
A atitude afetará sempre a qualidade das suas decisões.
ATITUDE é a predisposição para responder a situações, eventos ou pessoas de uma determinada maneira.
Foram identificadas cinco atitudes perigosas que podem interferir com a capacidade do aviador em tomar decisões seguras e/ou exercer sua autoridade de comando de forma apropriada:

Antiautoridade: "Não me mande !" 
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Impulsividade: "Fazer impensadamente"
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Invulnerabilidade: "Isto não acontece comigo"
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Macho: "Eu posso fazer qualquer coisa"
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Resignado: "O que eu ganho com isso?"

                                         Extraído do Manual do Instrutor de Vôo - F.A.A.
                                         Aviation Instructor Handbook-FAA-H-8083-9
                                         Revised 1999-US Department of transportation

ANTIAUTORIDADE: "Não me mande ! "

  • Esta atitude é encontrada em pessoas que não gostam que ninguém lhes diga o que fazer, porque acham que sempre estão com a razão. 
  • Querem dizer com isso: Sou superior a todos e ninguém precisa me dizer o que é o certo.
  • Costumam ficar ressentidas caso alguém faça alguma observação a respeito de alguma conduta ou procedimento que esteja fazendo.
  • Tende a "desafiar" as regras, regulamentos e procedimentos, fazendo as coisas do seu jeito.
  • Não gosta de aplicar os fundamentos do CRM, EM-CRM ou CRM Corporate.
Esta atitude se manifesta nas pessoas em variados graus de intensidade, e não costuma ser constante em seu comportamento.
É importante entender esse comportamento, para identificar quando nós estivermos agindo assim, para refletirmos, reconhecer os perigos daí decorrentes.
E especialmente não se sentir diminuído pelo fato de agir conforme as regras ou orientações de alguém.
Uma forma branda disso é "o copiloto que tem resposta para tudo", especialmente quando não está fazendo o que deveria...

IMPULSIVIDADE: "Agir sem pensar"

Essa atitude é a de pessoas ansiosas, que querem fazer, fazer alguma coisa, qualquer coisa, imediatamente.
É frase comum a ser dita aos iniciantes na aviação: Se não sabe o que fazer, é melhor pensar antes de fazer qualquer coisa, do que fazer qualquer coisa sem pensar. Ou simplesmente: na dúvida, arremeta (do pouso ou do procedimento do qual se tem dúvidas).
Pessoas que não param para pensar o que deve ser feito, agarram-se à primeira opção que identificam, por impulso, e que nem sempre é o certo.
Esqueçam do "piloto tem que ter reflexo rápido", e substituam por "aviadores planejam o que fazem, e sempre estão sabendo o que deve ser feito, cinco minutos antes".

Invulnerabilidade: "Isto não acontece comigo"

Pessoas que acham que acidentes só acontecem com os outros, e jamais refletem que elas podem estar envolvidas no triste fato.
Aviadores que pensam dessa maneira estão mais expostos ao risco, e tendem a se envolver mais com incidentes/acidentes.

Machão: "Eu consigo fazer qualquer coisa"

São os aviadores que estão sempre tentando provar que são mais ousados do que qualquer outro: Querem que todos saibam que voa em condições meteorológicas marginais, usa a aeronave nos limites (além ?) de sua capacidade, aceita itens pendentes na manutenção...
Aviadores com esse perfil obviamente estão mais expostos às possibilidades de se envolverem em incidentes e acidentes, porque se predispõem a assumir riscos além do tolerável na aviação.