sábado, 21 de maio de 2011

CFIT - Controlled Flight into Terrain


O tomate ia atravessando a rua distraidamente e ... sbloch !
Desculpem-me pelo humor negro, mas serve para focar e ilustrar.
CFIT (Colisão com o solo em vôo controlado) é uma das recorrências mais freqüentes nas análises de acidentes modernos: O(s) aviador(es) acreditam que o vôo está transcorrendo normalmente e... tinha uma pedra no meio do caminho !
Estudos são publicados a respeito da influência da automação a bordo na perda de consciência situacional, e também a respeito de relaxamento de princípios de planejamento de vôo. Contribui também a navegação pelo GPS somente, esquecendo as desajeitadas (!) cartas de navegação, e não respeitar os preceitos de “sterile cockpit” (aviadores concentram-se exclusivamente na condução do vôo).
 “Durante a fase de descida, é importante manter-se em altitude igual ou superior à mínima publicada para o setor”, especialmente durante operação VFR próximo dos mínimos e durante operação noturna. Em operação IFR (estando IMC ou não) os procedimentos publicados já determinam este tipo de cautela.
A região do acidente com o Sêneca I prefixo PT-IFS, parece sugerir isso (imagem).
Não estou afirmando. Esclarecimentos sobre o acidente quem irá prestar será o CENIPA, que obtém todos os dados, processa as informações e emite as recomendações de segurança derivadas à comunidade aeronáutica e demais interessados.
Meu objetivo é comentar a respeito de CFIT, e uso entristecido o tema deste acidente para procurar difundir informações – aumentar o alerta situacional dos aviadores e prover informação aos aficcionados que aqui me honram com a visita.
O vôo visual noturno propicia a ocorrência de ilusões de ótica, razão pela qual deve ser treinado pelos iniciantes, e reciclado periódicamente pelos já habilitados.
Seria mais crítico se não fosse em fase de lua cheia – como no dia do vôo fatal, que provavelmente foi escolhido pelo instrutor para facilitar a adaptação do aluno. 
São Pedro (esquerda) e Serra do Cristo (+ de 800m) à frente, rumo S. J. Rio Preto (altura do ponto de vista 675m)
Uma dessas ilusões é o fenômeno conhecido pela expressão em inglês “black hole” (buraco negro). Ocorre quando se está sobrevoando uma região com um local iluminado (na imagem, a parte habitada, à esquerda) e à frente e à direita a serra e a área rural, com luzes esparsas que poderiam confundir-se com o céu noturno que completa a paisagem, deixando o horizonte indefinido, e também a noção de altura (não altitude, amigos). Isso causa a impressão de se estar mais alto do que na realidade estamos.  
As autoridades aeronáuticas obrigam aeronaves de transporte de linha regular, e incentivam a instalação em aeronaves da aviação geral, de sistemas de alerta contra a colisão com o solo
O nome "genérico" é GPWS (ground proximity warning system), que emite alarmes sonoros e aurais aos aviadores quando a aeronave se aproxima do solo. É um sistema que combina radar doppler, com velocímetro, altímetro e bancos de dados computadorizados para processar a informação. Nos aviões fabricados pela EADS (Airbus), o GPWS é capaz de assumir o controle da aeronave, ganhando altitude sem a necessidade de ação por parte dos aviadores.
Voltarei a comentar o vôo noturno oportunamente. E também CFIT.
“Altitude é segurança” nunca houve caso de aeronaves colidirem com o céu...

Um comentário:

  1. Em relação ao pt-ífs eu era amigo deles e eles carregavam um gps garmim 296 com indicação do terreno ,a causa do ocorrido provavelmente nao foi esta.o aviao caiu praticamente em um vale com formato de buraco,sobrevoei o local,o avião despencou do céu e caiu dentro do vale,não foi perdendo altitude e colidiu com a parede do vale.mas em relaçaõ ao cfit o senhor tem todaa rasão.

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